“... a memória não se faz presente, de uma só vez, mas se desdobra em vários tempos...” - Freud a Fliess/Carta 52
É como um trem composto por vagões de memória, habitados por sentimentos vários.
Tenho um poema que escrevi há tempos – Coração Vazio – que fala de trem, vagões, estações e vinho. É um dos meus filhotes favoritos.
Hoje, sentei-me no vagão da nostalgia e folheando arquivos empoeirados, deparei-me com as palavras de amigos que há muito se fazem ausentes.
Alguns se foram deste mundo e deixaram seus registros, outros se perderam no tempo e no espaço infinito da vida (talvez para sempre). Muitos foram resgatados num cantinho criado pela Frô: Poetas Lusófanos .
Tive notícias de tantos através do Google. Gravei seus caminhos e, entretanto, deixo-os irem, sem ao menos esboçar um aceno.
Porquê? Não sei ao certo. Desconfio que seja pelo fato de que os interesses, antes comuns, tenham se tornado distintos.
Mesmo assim, me são caros e, muitas vezes, sento-me em silencio ao lado deles servindo-me fartamente no prato de suas palavras.
Hoje, a nostalgia é imensa. Paralisou os atos, os fatos. Deixou apenas que as palavras convertam-se em lágrimas de saudades, caindo fartamente pelos olhos.
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